NOITES VAZIAS
O reduto do poeta
quarta-feira, 15 de junho de 2016
terça-feira, 7 de junho de 2016
terça-feira, 31 de maio de 2016
No último sábado uma imagem me chamou a atenção. Lendo o jornal Estado de Minas, deparei-me com uma foto de Barack Obama, presidente dos EUA, depositando uma coroa de flores num memorial da paz na cidade japonesa de Hiroshima, que foi devastada em 06 de agosto de 1945 pela primeira bomba atômica da história, lançada pela aviação norte-americana. O que pensar disso? Só posso dizer que Obama foi muito feliz em sua atitude, demonstrando uma humildade ímpar, uma vez que ele jamais poderia imaginar como seria recebido. A prova perfeita de que é possível, sim, reconhecer e perdoar.
terça-feira, 24 de maio de 2016
quarta-feira, 7 de setembro de 2011
CARTAS DO SUL - PARTE I
CRÔNICA - LOUCOS POR TODA PARTE
DE CURITIBA – PR
"Satisfeito, ele continua caminhando pelo corredor e exaltando a grande invenção de Santos Dumont, entre algumas pessoas, que riam discretamente. Ele me chama mais uma vez e, querendo dar continuidade à conversa, tenta iniciar o "papo de doido" com uma pergunta estranha e direta: “Você sabia que Santos Dumont era viado”?
Nem mesmo os dias de descanso na capital paranaense são suficientes para me livrar de certas “personas estranhas”. É bem certo que, nesta semana, consegui finalmente escapar da terrível “Gangue” de engraçadinhos do Padre Eustáquio, liderada pelo “irreverente Edinho Mala”. Mas, para o meu espanto, descobri que elas me perseguem por toda parte, me “perturbando” em qualquer lugar, seja em Minas ou em qualquer outro destino em que me encontre. Acho que ando rezando pouco ultimamente...
Ainda no aeroporto de Confins fui surpreendido por uma figura exótica, no último sábado, no momento em que adentrava o Boeing 737-800 da Gol Linhas Aéreas com destino a São Paulo. Subia tranquilamente às escadas quando ouvi suas primeiras palavras, em conversa com uma mulher: “Quantas pessoas cabem num bichão desses? Umas quinhentas?” Fiquei ouvindo a conversa e a resposta da tal mulher, que disse não saber exatamente a capacidade. Foi nesse instante que ele bateu em meu ombro: “Ô garoto, (Fiquei feliz pela gentileza) você sabe quantas pessoas esse bichão leva”? Sem pensar emendei: Mais ou menos 160. Pois bem. Chegando na porta da aeronave a comissária nos saudou com um sorriso de bom dia e, mais uma vez, o figura faz sua incursão direta: “Ô minha filha, quantas pessoas esse bicho leva”? Ela gentilmente responde: “ Até 140 passageiros”. Satisfeito, ele continua caminhando pelo corredor e exaltando a grande invenção de Santos Dumont, entre algumas pessoas, que riam discretamente. Ele me chama mais uma vez e, querendo dar continuidade à conversa, tenta iniciar o "papo de doido" com uma pergunta estranha e direta: “Você sabia que Santos Dumont era viado”?
Eu sempre gostei de viajar. É bom conhecer um pouco da cultura das outras cidades e estados, você se diverte. Curtiba é uma cidade fascinante. Muito organizada e com bela arquitetura. Os bosques e parques são abundantes, assim como as araucárias. No último domingo aproveitei o belo dia de sol para realizar o passeio pelo “Tourism Line”, um ônibus tipo jardineira que circula pelos principais pontos turísticos da cidade. O ponto inicial é a Praça Tiradentes e o valor da passagem é de R$ 25,00, com direito a um embarque e mais quatro reembarques. Ele percorre os 24 pontos em aproximadamente duas horas e meia, passando pelo Jardim Botânico, Ópera de Arame e Rua 24 horas, dentre outros.
Na pequena fila de embarque observo um senhor simpático, acompanhado de outras duas senhoras, enquanto eu negociava com um guia turístico minha ida ao litoral do Paraná para o dia seguinte. Ele logo reconhece o sotaque e me pergunta se eu vinha de Minas Gerais. Nisso o senhor entra na conversa: “Você é de Belo Horizonte? Nós também somos de lá rapaz, moro no Eymard. Você conhece”? Respondo positivamente e ele continua: “Que mundo pequeno hein? Você sabe me dizer se o Galo ganhou ontem?” Após responder suas perguntas embarcamos no ônibus com destino aos pontos turísticos, já com o sol a castigar minha careca. Eu me esqueço de que já não posso mais abrir mão de um boné para esses passeios...
Lá em cima sento-me na poltrona do lado contrário ao conterrâneo. Ele continua: “Você já encontrou com o Padre Eustáquio lá no bairro?” Sim, todos os dias, respondi sorrindo e exibindo a pequena foto do Beato dentro da minha carteira. Ele fica quieto por uns instantes e logo começa a reclamar com as duas senhoras que o acompanham. Diz que está com fome, que já é hora de almoçar. Olho para o relógio para ver as horas: 10:15. Nesse momento, sobe no ônibus um casal com grande dificuldade, ela com o bebê no colo e o rapaz com várias bolsas e sacolas penduradas. Ele vinha caminhando pausadamente pelo corredor e o tio o segura pelo braço, interrompendo sua passagem. Imaginei que fosse oferecer algum tipo de ajuda, mas não era essa sua intenção: “Aqui... Pode ficar à vontade aí viu?” O rapaz não diz nada e, sem entender, caminha para o fundo do ônibus, com uma cara amarrada. O tio dá uma risadinha sarcástica e eu viro o rosto para o outro lado, a fim de rir também. Desembarquei um pouco adiante, no Jardim Botânico, desejando felicidade a todos eles. O tio finalizou: “Se encontrar com mais alguém de lá, (BH) diga que mandei lembranças”.
Nesses dois últimos dias em Curitiba peguei chuva, e uma temperatura oscilando entre 12 e 5 graus. Da varanda do Flat vejo a praça XIX de Dezembro lá embaixo, que é freqüentada por muitos jovens, emos, hippies e alguns grupos alternativos aos finais de semana. Duas outras figuras me chamaram a atenção: Um mendigo, já mais velho, desfilando imponente com um Blazer de lã e um outro andarilho, esse bem mais jovem, com uma touca e um sobretudo. Estava elegante o rapaz. Eu aqui a fim de comprar uma jaqueta de couro e eles lá, na maior onda. Mas fiquei Feliz por eles. Pensei: se o segundo tivesse me pedido algum trocado a resposta mais correta seria: “Troco pelo sobretudo”
É isso aí pessoal. Como disse no início da crônica as “Figurinhas” estão por toda parte. Não adianta fugir do Padre Eustáquio. Aproveito para mandar um abraço para todos os amigos de lá e reforçar o que o “tiozão doidão” do ônibus disse no passeio: “Sorrir ainda é o melhor remédio”.
Vou pra Porto alegre...
Tchau!
UM PEDAÇO DE MINAS NA CAPITAL PARANAENSE
Vou embora debaixo de chuva e pensando: “O Alto da Glória também é nosso”.
O Centro histórico de Curitiba é um paraíso para os apreciadores de uma bela cerveja gelada. São vários bares (casarões) em uma ladeira que em muito lembra a cidade de Ouro Preto. Eu me senti
Outro fato a se destacar é a proximidade entre as torcidas organizadas do Coritiba Foot Ball Clube com as do Atlético Mineiro, e a familiaridade entre os dois times apesar da distância. Jovens desfilam tranquilamente com camisas do Atlético-MG pelas ruas ao redor do Couto Pereira, e bandeiras da Torcida Organizada Galoucura também fazem parte dos apetrechos utilizados pela maior torcida do Coxa, a Império Alvi-Verde. Camisas da torcida do Galo também são vendidas na loja da Império, assim como adesivos e outros acessórios. Lá dentro, brinco com o rapaz que me atende dizendo que a Galoucura estava presente, apontando para as camisas na vitrine. Ele responde de forma direta e com um sorriso: “Sempre!”. Vou embora debaixo de chuva, com uma camisa do Coxa nas mãos e pensando: “O Alto da Glória também é nosso”.
Viva o Galo, e também o Coxa!
domingo, 28 de dezembro de 2008
DEZ ANOS DE CARREIRA – 1999/2009
O ano de 2009 terá um sabor especial em minha vida, pois, estarei completando 10 anos de carreira literária. Na verdade eu comecei a rabiscar uns versos em 1992, voltei a rascunhar umas palavras em 1997 mas só amadureci a idéia de que me identificava com a poesia em 1999, ocasião em que alcancei o que chamo de “liberdade poética”, começando a mostrar meus trabalhos para outras pessoas. Os poemas tinham uma forma amorosa, mais artística e em formato de mensagem. Existia ainda uma sensilbilidade muito forte, uma coisa de criança sentimental, talvez fruto da tranquilidade emocional que eu apresentava naquela fase. Em comemoração ao aniversário destas práticas poéticas estou publicando aqui no blog alguns trabalhos da época, que compõem meu livro “Pegadas”, ainda não editado. Um grande abraço e muito obrigado.
Baby
Baby, eu ando triste.
A vida tá correndo, passando
Tão rapidamente.
E eu, nessa ansiedade.
Baby, eu tô que tô
E não estou nada.
Um pouco assim, indeciso
E não vejo nada, e nem ninguém
Ao meu lado.
Baby, eu preciso muito
Olhar as estrelas.
O mar,
As crianças.
Baby, eu ando perdido.
Assim: Uma pilha de desejos.
Um poeta triste,
Mas ainda
Apaixonado pela vida.
Baby, eu ando pensando.
A minha vida é nada
O meu coração se perdeu
E eu ando triste.
Baby, eu preciso é ser feliz.
Belo Horizonte, 22/12/2001
O Caminho
A vida corre, o coração sente
A necessidade da alma suplica.
O meu coração fraco
Sobre espinhos caminha.
Alguma coisa em mim palpita
A energia do sonho acalma
E sucintamente explica
O meu querer.
Vejo luz onde há trevas
Vejo o inexplicável onde há segredo
Com carinho te espero
Por onde houver desejo.
Em parceria com o amigo Thiago Leite Guimarães e sob alto efeito de Red Label.
Belo Horizonte, 16 de novembro de 2002.
ALGUMAS ROSAS
Às vezes sou tão louco
Que vejo com olhos iluminados
Pequenas pétalas de rosas
Que não têm nenhuma beleza especial.
Às vezes sou cego
A ponto de não enxergar
Nenhuma beleza ou brilho
Na mais bela das flores.
Acredito então, que talvez
As rosas simples e velhas
Talvez sejam bem mais belas
Do que muitas outras rosas.
BH, março de 1999
A ARTE DE VIVER
A vida é pura arte.
Para quem é artista o suficiente
Para fazer dela
Sua principal escultura.
BH, abril de 1999
NADA DEMAIS
Não sou nada demais.
Apenas não penso
Como outros mais pensam
Sobre a vida terrestre.
Não tenho a solução,
Para os problemas do mundo.
Mas me destaco, entre eles
Simplesmente por entendê-los.
BH, março de 1999
NESTA TERRA
Aqui nesta terra eu plano,
Uma pequena semente.
Cujos frutos irei colher
Em outras terras
Mais distantes
E bem mais férteis.
BH, março de 1999
EU SEM VOCÊ
Chama sem cor
Jardim sem flor
De um lindo e imenso castelo
Vazio e sem vida.
Numa linda noite de luar,
Sem estrelas.
BH, março de 1999
MOMENTO ÚNICO
A serra ao fundo.
De repente um amigo me vem.
Um belo bem-te-vi, canta.
A canção da esperança.
Faz uma parceria,
Com uma linda cachoeira.
E a natureza faz
O papel da regência
Como se comandasse
Esta linda orquestra
Esnsaiada
Por Deus.
Congonhas, dezembro de 1999
UM ROSTO ALEGRE
Um rosto alegre
Como um entardecer na praia.
Um sorriso
De luz
Encanta,
O mais triste
Dos mortais.
BH, março de 1999
CONTRASTE
Um dia somos estrelas,
A brilhar
Neste céu
Hoje escuro e vazio,
Como um deserto negro.
Outro dia somos estrelas,
Apagadas no céu morto.
TALVEZ NÃO MAIS EXISTAM
Árvores e suas folhas,
Lagos e seus lindos peixes,
Pessoas sem dificuldades,
Homens sem crueldade,
Talvez não mais existam
Entardeceres felizes,
Praças intactas e suas matrizes,
Crianças sensíveis,
Casais completamente felizes,
Talvez não mais existam
Homens fiéis,
Amizades,
Domingos felizes nos parques.
Talvez não mais existam
Amores verdadeiros,
Corações apaixonados.
Mais talvez existam ainda,
Alguns amores,
Nunca antes vistos.