terça-feira, 31 de maio de 2016

CRÔNICA - Brigas, Obama e uma esperança.


Foto: Toshifumi Kitamura /AFP/JC

"É preciso entender que, guardando rancor, estaremos envenenando a nós mesmos, ocasionando mau humor, insônia, depressão e uma série de “pragas” que nos fazem morrer um pouco a cada dia. Isso mesmo! Morremos um pouco a cada dia graças a cada indiferença, rispidez, indireta, fofoca e desprezo."


Provavelmente já tenhamos passado, em alguma fase de nossas vidas, por brigas, desentendimentos e algumas decepções com pessoas de nosso convívio, sejam elas familiares, vizinhos ou companheiros de relacionamento. É, até então, normal e aceitável, considerando que temos opiniões e personalidades diferentes, graças a Deus.  Sendo assim, certamente já devemos ter experimento sentimentos de tristeza e raiva, ocasionando mágoa e um acúmulo de outras sensações devastadoras para a alma. Será uma resposta válida? Até que ponto deveremos conviver com isso? O ódio, a vingança e o desprezo irão resolver o acontecido, se é que aconteceu algo que realmente justifique tudo isso? Pensemos...

Já vi alguns casos de pessoas que pararam de conversar com amigos, irmãos e até mesmo com os pais. Certa vez alguém me disse: “Não sei lhe dizer, porque tem quatro anos que não converso com meu pai”. Coisa mais estranha! Eu nunca me imaginei brigado com meus pais, não dessa forma.  Essas “picuinhas” que vivemos atualmente vêm trazendo um grande desgaste para nossas vidas, uma vez que esses sentimentos tendem a corroer um pouco da energia a que carregamos, o amor que trazemos conosco e o que de melhor podemos oferecer ao mundo: O carinho e o respeito para com o ser humano, seja ele um familiar ou um simples transeunte, desses que encontramos em nossos dias e que muitas vezes fazemos questão de evitar.

Precisamos repensar nossas atitudes. Sei que somos seres humanos e vez ou outra temos essas sensações, mas se faz necessária a mudança. É preciso entender que, guardando rancor, estaremos envenenando a nós mesmos, ocasionando mau humor, insônia, depressão e uma série de “pragas” que nos fazem morrer um pouco a cada dia. Isso mesmo! Morremos um pouco a cada dia graças a cada indiferença, rispidez, indireta, fofoca e desprezo.

          No último sábado uma imagem me chamou a atenção. Lendo o jornal Estado de Minas, deparei-me com uma foto de Barack Obama, presidente dos EUA, depositando uma coroa de flores num memorial da paz na cidade japonesa de Hiroshima, que foi devastada em 06 de agosto de 1945 pela primeira bomba atômica da história, lançada pela aviação norte-americana. O que pensar disso? Só posso dizer que Obama foi muito feliz em sua atitude, demonstrando uma humildade ímpar, uma vez que ele jamais poderia imaginar como seria recebido. A prova perfeita de que é possível, sim, reconhecer e perdoar.

Atualmente as coisas acontecem numa rapidez incrível e é preciso aproveitar cada momento com felicidade, pois, não há como voltar em nosso passado. Tenho percebido muitas pessoas se afastando por motivos fúteis e considero uma tremenda ignorância, atitudes verdadeiramente imaturas. Já presenciei, em minha vida, vários casos de indivíduos que se viram forçados a pedir perdão num momento complicado, quando a pessoa a ser perdoada já se via praticamente com um pé fora do mundo em que vivemos. Situação difícil. É melhor deixarmos essas brigas e bobagens de lado antes que seja tarde. É melhor que sejamos felizes enquanto estamos aqui na terra, porque depois não há mais como perdoar, querer mudar, enfim.  


Devemos refletir sobre tudo isso e precisamos de certa frieza para largar esses sentimentos de raiva e orgulho em busca de uma vida melhor. Somos todos irmãos e já basta vivermos num mundo tão complicado, não necessitamos de mais discórdia, ainda mais por coisas tão insignificantes. Pensemos mais uma vez. Só que agora com maior cautela...

2 comentários:

Scarleth Menezes disse...

Disse tudo. Uma vez vi uma frase (não lembro onde) que dizia "Sentir rancor é tomar veneno e esperar que a outra pessoa morra envenenada". O mundo precisa de mais amor, sem mais.. Ou melhor com muito mais.

Poeta da Lagoinha disse...

Muito boa essa frase, Scarleth. E é mais ou menos isso...