domingo, 10 de agosto de 2008

CRÔNICA

UM BRINDE AO ROCK

O engraçado é que as músicas eram sempre as mesmas. Começava com Light My Fire dos Doors, depois Kayleigh do Marillion, Hard as a Rock do AC/DC e por fim Psycho Killer do Talking Heads pra aliviar”.


Bar do Xico é conhecido no Padre Eustáquio pela sua alegria e irreverência. Há muito sei que o bate papo e interação entre seus frequantadores é algo muito agradável e proveitoso, culturalmente falando. No último dia 13 transformamos o Bar no Reduto do Rock, aproveitando o dia em que se comemora o gênero musical. Como la se concentram muitos admiradores ficou fácil de se discutir sobre esse estilo que embala gerações, sempre causando algo de emocionante dentro de quem ama a música. O Rock é uma coisa difícil de se relatar, mas bem fácil de se viver.

Mesmo sendo amante confesso que não conheço muitas bandas que compõem o cenário mundial, tendo em vista sua vastidão. Há alguns meses, conversando com um amigo a respeito, tive o prazer de conhecer de perto o trabalho realizado pelo Black Sabbath. Nunca havia me interessado pela banda. Foi o Marcelo, com toda a sua loucura pelo estilo, que me disse num momento de exaltação: “Você deve ouvir a música Paranoid, e também Iron Man”! Pronto. Foi o ponto de partida para que eu conhecesse melhor as músicas e passasse a concordar com ele, pois é uma banda de muita capacidade e com som de primeira.

Em 1997, quando eu estudava no Colégio Estadual Central, frequantava um Rock Bar da pesada. Na verdade eu “estudava” no Opção, e de vez em quando ia ao Estadual. Era um lugar interessante. Um bar de dois andares com uma entrada em forma de caverna, na Fernandes Tourinho esquina de Contorno. Tinha uma radiola de fichas bem na porta e ali passávamos horas bebendo cerveja e ouvindo músicas. Meu primo Roberto, companheiro destes bons tempos, ficava a maior parte do tempo jogando truco com as gatinhas lá dentro enquanto eu curtia as músicas lá fora. O engraçado é que as músicas eram sempre as mesmas. Começava com Light My Fire dos Doors, depois Kayleigh do Marillion, Hard as a Rock do AC/DC e por fim Psycho Killer do Talking Heads pra aliviar. E tinham uns malucos que colocavam Led Zeppelin e outros clássicos do Rock a cada momento. Infelizmente o opção veio fechar um tempo depois, e em seguida eu saí do Colégio Estadual.

De lá pra cá venho acompanhando cada vez mais a volução das bandas e principalmente a história das que já existiam. Tornei-me um arqueólogo da música em busca de informações e de cada vez mais conhecimentos sobre o gênero a que tanto gosto. É bem verdade que sou fã da MPB, mas ainda acho que gosto mais do Rock. Cheguei a iniciar, em 2005, aulas de guitarra. Por motivos pessoais não pude prosseguir mas estarei voltando agora. O Rock é um tranquilizante, uma energia que nos relaxa o corpo e acalma a mente. Costumo ouvir as pessoas dizerem que somos loucos em ouvir músicas com tanto barulho, mas não acredito nisso. É bom sentir o casamento perfeito entre os acordes da guitarra e a bateria. A vantagem nisso tudo é que conheço muitos admiradores do estilo, o que facilita a discussão e interação à respeito. Meu amigo JC, grande conhecedor das coisas do mundo e também da música, tem conversado muito comigo a esse respeito e sempre me passa alguns toques e dicas.

Foi interessante transformar o Bar do Xico no reduto do Rock, pelo menos por um dia. Me fez reviver um tempo em que me sentia o verdadeiro Jim Morrisson do Estadual Central mesmo não gostando de drogas. O interessante é que nada foi programado. Cheguei no Bar, pedi uma Skol e uma Caracú. Depois chegou o Caneta ouvindo Pink Floyd. Por fim chegou o Fernando dizendo: “Se vocês quiserem eu posso buscar o AC/DC e Black Sabbath”! Foi o estopim para que comemorassemos o dia do Rock em grande estilo, e o pau quebrou até mais tarde mesmo sendo domingo.

Uma tristeza que tenho é pensarr que não fui ao Rock in Rio I, realizado em janeiro de 1985. Tinha apenas sete anos de idade. Perdi, de uma vez só, a oportunidade de ver Queen, AC/DC e Barão Vermelho, ainda com o saudoso poeta Cazuza. Mas enfim, nem tudo na vida é alegria. Ainda me resta saúde para ver muitos shows e curtir o estilo de maneira saudável.Afinal, como diz meu amigo Paulinho das Meninas, o Rock é, é...

Um comentário:

Anônimo disse...

Caro Luiz
Foi com muita honra que ví citado o meu nome em sua crônica sobre o Rock.
De fato a Banda Black Sabbath tem um lugar muito especial em minhas memórias.Há uma coincidência muito grande, pois, foi mais ou menos no ano em que você nasceu que tive o meu grande bastismo neste estilo, o Rock.
Há, como você já deve bem saber, "N" bandas desta época que mostraram como se faz o verdadeiro Rock`Roll.
Depois desta época, já nos idos dos anos 80, muito pouco se criou.Parece que o encanto acabou e passamos a experimentar as bandas com este ou aquele sucesso e depois sumiam como que por encanto ( até certo ponto,Graças a Deus).
Pronto; caíamos na bossalidade musical, com os grupos de ocasião e verdadeiros emburrecedores de nossa inteligência.
Ví recentemente, um comentário no Nelson Motta falando exatamente isto.Hoje não existe mais aquele grupo ou artista que seja capaz de atravessar gerações e levar multidões ao seu encontro.Os remanescentes são "Cinquentões".Dá para se perceber que os artistas,se é que podemos denominá-los assim, possuem um ciclo de vida muito curto e tocam o que o povão quer.
Ainda tenho fé que algo possa acontecer e sejamos libertados da presença de Britneis da vida ou mesmo, no nosso país tupiniquim, das bandas da Bahia,Tiriricas e outros bossais.
Digo mais,para terminar,o bom e eterno Rock nos redimirá, apesar do povo.
como sempre digo (Porque o lí):Se a voz do povo fosse a voz de Deus, ele já teria se enforcado em suas próprias cordas vocais.

Marcelo