sábado, 12 de janeiro de 2008

POEMAS - TRECHOS DO LIVRO NOITES VAZIAS

Em 2002 estive distante de muita coisa. Também foi um ano em que pensei muito, de bar em bar, com várias coisas na cabeça e praticamente sem definição para todas as perguntas que se apresentavam. Numa dessas noites comecei a rabiscar um papel e acabei escrevendo um poema. No decorrer das semanas escrevi um pequeno livro. Minha cabeça não conseguia tomar um rumo certo, pois eu me sentia muito confuso em relação a muita coisa. Tempos depois, procurando um título para o trabalho, cheguei à conclusão de que eles haviam sido escritos em muitas madrugadas sem sono. Não tive dúvidas: “Noites Vazias”.
Foi um trabalho diferente pois eu escrevi algumas bobagens, alguns poemas de puro humor. Outro diferencial foi o fato de eu ter comentado os mesmos, pois sempre acontece de alguém me perguntar o que eu realmente quis dizer. Também foi o trabalho que me classificou como “Pervertido” para alguns. Por ser uma obra a que tenho grande afeição, resolvi publicar aqui alguns dos melhores trechos, para que outras pessoas também possam conhecer um pouco. Este é um dos livros que pretendo lançar em muito breve.

POEMA NOTURNO

Mais um poema noturno
Eu adoro a noite.
Pois a noite esconde
Algo de muito sedutor
Para os nossos corações,
Corpos,
Almas,
E desejos.

Expressa toda a minha ligação com a noite. Todo poeta é meio louco, meio boêmio. Também é na noite que tudo acontece. Os amores, as paixões, os prazeres. A noite é um enigma, onde tudo pode acontecer. Muito mais do que podemos imaginar. Pensando nisso eu escrevi o POEMA NOTURNO.

POEMA DA CRIANÇA PERDIDA

Eu sou um poeta como tantos outros
Que curte um certo momento de sonhos
E em cada viagem por entre o meu eu poético,
Descubro que bem lá no fundo
De minha alma,
Existe uma criança triste
Em busca de um pouco de carinho
E de um brinquedo que ainda
Está perdido.

O poema mostra o quanto eu pensava em ter ao meu lado alguém realmente com o meu perfil, o que estava faltando para mim. O brinquedo do poema simboliza esta mulher ainda desconhecida.

24 ANOS DE VIDA

São vinte e quatro primaveras
Algumas paixões,
Dois ou três amores,
Uma cacetada de doses,
Centenas de mulheres,
Milhares de confusões,
E muitos momentos inesquecíveis.
Escrito para os amigos, no dia em que completei 24 anos, como numa homenagem. Um pouco de mim e um pouco do que eu desejava para todos nós naquele momento, e justificando o quanto eu me sentia feliz.

POEMA QUALQUER

Estou muito bem.
Estou vivo.
Estou muito além daquilo,
Que imaginam.
Feliz,
Pensativo,
Mergulhado em lembranças
Algumas boas, outras ruins.
Estou um pouco eu mesmo
Poetizando,
Brincando de viver um pequeno conflito,
Dentro das palavras.

Como Cazuza em “Boas Novas”, onde ele afirmou ter visto “a cara da morte”, eu quis dar uma resposta para algumas pessoas que me imaginavam muito triste naquele momento, onde meu coração encontrava-se um pouco dilacerado. O próprio título retrata o pouco caso com que eu recebia aquelas palavras.

POBOL

Eu espero apenas,
Poder alimentar
O meu lado tesão.
Pois minha vida resume-se
Numa mulher legal,
Um copinho,
E algumas poucas palavras doces.

É um poema que como seu próprio nome diz, tem um besteirol de algum valor. Quer dizer: Pouco de bobagem e loucura. Apesar de sua simplicidade diz tudo em muito pouco. Resume um pouco da minha pessoa. Quando terminei fiquei muito feliz, pois me senti olhando para o espelho.

POETA LOUCO NA MADRUGADA

Eu estou no quarto, mais uma vez.
Minha caneta não pára, e não me deixa dormir.
Eu ouço rádio, a Lee...
Não quero dormir agora.
Eu quero todos os momentos
Que eu puder passar
Que eu puder sentir, pegar
Nessa madrugada
Nessa minha jornada
De poeta louco,
De um louco cara.

Este poema expressa de uma forma explícita a influência do poeta Cazuza na minha vida artística. Era madrugada, eu escrevia já meio fora de órbita. Ouvia a Rita Lee cantar: “Como vai? Tudo bem. Dá licença mas eu vou sair do sério...” O poeta louco era um pouco fictício pois apesar de gostar de alguns excessos sempre fui careta para algumas coisas, e já via a vida de uma outra forma.

ME AME

Me ame agora garota,
Me ame muito.
Eu não quero nada mais do que um pouco de amor
E nada menos que um beijo.
Eu quero apenas isso,
E um instante de paz com você.
Mais nada,
Nada.

Poema inspirado na música Love-me two times, dos Doors. “Me ame agora garota, me ame duas vezes pois já estou indo embora”.

Nenhum comentário: